terça-feira, 30 de novembro de 2010

Brasil fará reuniões contra o tráfico com Peru e Bolívia

O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, afirmou na segunda-feira (29), após reunião com o ministro de Governo boliviano, Sacha Llorenty, que o Brasil vai retomar os encontros periódicos da comissão mista de enfrentamento ao narcotráfico, com a participação da Bolívia e do Peru. Segundo o ministro, os três países irão realizar reuniões para definir planos de ação conjuntos para proteger as fronteiras. "Em cada uma das reuniões, a ideia é convencer os países de que é preciso haver cooperação política, um plano só, um mecanismo coletivo de combate às drogas".

Segundo Luiz Paulo Barreto, a Bolívia quer conhecer a tecnologia do veículo aéreo não tripulado (VANT), um avião comandando por computador com câmeras que patrulham áreas sem a necessidade de controle humano. "Ainda em dezembro vamos começar uma série de reuniões para levar à Bolívia a nossa tecnologia nos laboratórios de combate à lavagem de dinheiro. Uma equipe técnica do ministério vai a La Paz fazer essa apresentação. Depois, os bolivianos virão conhecer o VANT".

Durante entrevista à imprensa, Barreto falou sobre os projetos de integração com outros países. "A melhor maneira de combater o crime de fronteira é a integração, o uso de tecnologia e inteligência", disse o ministro ao afirmar que realizou reuniões com o Paraguai, Uruguai e a Argentina para tratar do assunto.

Barreto disse que é preciso construir um plano integrado de toda a América do Sul para o enfrentamento das drogas e falou sobre a ação de combate a onda de violência no Rio de Janeiro. "O crime adotou por prática aterrorizar a população. Por meio das unidades pacificadoras, dos territórios da paz e do aparelho público com ações sociais, podemos afastar os jovens da criminalidade", disse.

Recursos para o Rio de Janeiro

O ministro afirmou que o governo pode editar uma medida provisória liberando recursos para ajudar o Rio de Janeiro nos combates entre as forças armadas e policiais contra traficantes. Luiz Paulo Barreto, no entanto, disse que o valor ainda não foi fechado.

"A área orçamentária do ministério está avaliando se os recursos enviados normalmente ao Rio de Janeiro para a área de segurança pública são suficientes. Havendo necessidades de mais recursos, vamos enviar. Podemos repassar esse dinheiro via medida provisória, mas ainda está cedo para dizer se vamos fazer isso", disse.

Barreto disse que o governo não encontrou indícios de que as ordens para iniciar os ataques no Rio de Janeiro tenham partido de dentro de presídios federais. Segundo Luiz Paulo Barreto, a polícia, no entanto, interceptou um bilhete que seria entregue a um preso, onde o autor demonstrava "descontentamento" com as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), instaladas em favelas no Rio.

"O bilhete relatava o descontentamento com a perda de território, com a perda de espaço para atuação do narcotráfico. Outras informações de inteligência do ministério nos levam achar, no entanto, que os ataques foram uma espécie de resposta às UPPs", afirmou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Chat Microfone Aberto